segunda-feira, 27 de junho de 2011

A história da Baixada Fluminense

Hoje em dia, podemos encontrar muitos monumentos históricos deixados de lado, sem importância alguma. Como se fossem coisas normais do nosso dia a dia. A história deve ser preservada para podermos olhar para o passado e entender nossos dias atuais, hábitos diários, a cultura que preservamos. A baixada fluminense é um exemplo vivo da falta de interesse em preservar a nossa história. Poucos monumentos ainda ficam de pé e o que sobra para a nossa apreciação na maioria das vezes são ruínas, do que um dia foi atual !
Nessa postagem decidimos falar um pouca da história da Baixada Fluminense, uma história tão rica que é pouco comentada. Decidimos então falar da Freguesia da Nossa Senhora do Pilar do Iguaçu.


                                  -Freguesia da Nossa Senhora do Pilar do Iguaçu.-

A freguesia de Nossa Senhora do Pilar do Iguaçu foi uma das mais antigas e prósperas do recôncavo da Guanabara. Atualmente é localizada no bairro do Pilar em Duque de Caxias, onde ainda se encontra a igreja de Nossa Senhora do Pilar erguida em 1720.


                                         -Sua importância-
Teve grande importância econômica durante os séculos XVIII e XIX quando seu porto fluvial nas margens do rio Pilar era um dos pontos de início do "Caminho Novo" que ligava o porto do Rio de Janeiro com as Minas Gerais. Foi subordinada administrativamente à vila e ao município de Iguaçu, assim como à vila da Estrela.
                                       -O que foi o caminho novo ?-
O Caminho Novo ou Caminho de Garcia Rodrigues Paes era uma das estradas reais que davam acesso à região das Minas Gerais à época do Brasil Colônia. 

                                             -Antes do caminho novo !-
O primeiro caminho para a região das Minas Gerais, depois chamado de Caminho Velho, foi uma rota precária e insegura, principalmente devido ao trecho marítimo sujeito ao ataque de piratas entre Paraty e o Rio de Janeiro. Havia, portanto, a necessidade de uma nova rota, mais curta e segura, entre o porto do Rio de Janeiro e o sertão das Minas.
Em 1698, o governador da capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá Menezes (1697-1702), informou à Coroa Portuguesa a necessidade de se abrir um novo caminho para aquele sertão.

                                                -Prosperidade-
A região prosperou durante os séculos XVI e XVII com os engenhos de açúcar, até que foi encontrado ouro nas Minas Gerais no início do século XVIII.
Houve então necessidade de um caminho para escoamento do ouro das Minas Gerais diretamente para o porto do Rio de Janeiro. Como parte deste trajeto, Garcia Rodrigues Paes abriu uma estrada entre Paraíba do Sul e o porto do Pilar (do rio Iguaçu). Essa ligação foi chamada Caminho do Pilar ou Caminho Novo das Minas, pois substituía o Caminho de Paraty. Posteriormente foram também abertos outros caminhos e, com a redução de seu uso, o Caminho Novo passou a ser chamado de Caminho Velho ou Estrada Velha do Pilar. Mesmo como outras estradas, o Caminho do Pilar manteve-se como opção para o escoamento da produção serrana ocidental e para os que temiam o mar, preferindo uma viagem por terra firme, passando por Irajá e Inhaúma, hoje bairros do Rio de Janeiro.

                                              -Apogeu econômico-Ápice
A freguesia teve seu período de apogeu econômico no século XVIII. O Caminho do Pilar valorizou as propriedades rurais nos seus arredores e permitiu a colonização das terras desde Baixada Fluminense até as serras. As atividades econômicas eram diversificadas, incluído engenhos de produção de açúcar para exportação, plantio de alimentos e pecuária para fornecimento nas cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais, assim como pelo comércio devido ao trânsito intenso de pessoas e tropas de burros. No local de encontro do rio Pilar com o Iguaçu foi instalada a "Guarda do Pilar" que fiscalizava e registrava a passagem de todo ouro e diamantes que eram trazidos das Minas Gerais para o Rio de Janeiro.

-O que a freguesia produzia ?-
Além do comércio dos caminhos das Minas Gerais, a freguesia tinha uma grande produção agrícola que era vendida no Rio de Janeiro ou exportada. Entre 1769 e 1779, a freguesia possuía "um engenho pertencente ao capitão Luciano Gomes Ribeiro que fabricava 40 caixas de açúcar e 17 pipas de aguardente, nele trabalhando 74 escravos"; (…) "três engenhocas fabricavam aguardente: a de Matheus Chaves, a do capitão Pedro Gomes de Assunção e a do capitão João Carvalho de Barros. A freguesia produzia também 13.000 sacos de farinha, 100 de feijão, 150 de milho e 2.100 de arroz"


-Decadência-
Depois da decadência da produção de ouro nas Minas Gerais, ocorreu o apogeu das plantações de café do vale do Paraíba do Sul. Deste modo, a região ainda se manteve como ponto de descanso e abastecimento de tropeiros que ali faziam o transbordo e trânsito de mercadorias no porto fluvial.

-Geografia- Sobre Duque de Caxias
O município limita-se ao norte com Petrópolis e Miguel Pereira; ao leste, com a baía da Guanabara e Magé; ao sul, com a cidade do Rio de Janeiro, e, a oeste, com São João de Meriti, Belford Roxo e Nova Iguaçu. Caxias possui clima quente, porém, os 3º e 4º distritos (Imbariê e Xerém) têm temperatura amena em virtude da área verde e da proximidade da Serra dos Órgãos.
Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro
Microrregião Rio de Janeiro
Região metropolitana Rio de Janeiro 
Municípios limítrofes Belford Roxo, Rio de Janeiro, Magé, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Petrópolis e São João de Meriti 
Distância até a capital 17 quilômetros.